domingo, 13 de dezembro de 2009

Confraternização do Conselho Particular São José


Dia 20/12/09 termos a confraternização de final de ano do Conselho Particular São José no Salão Vicentino do Setor Finsocial.
Entradas restritas e almoço com convite para a entrada.
Estamos mantendo em contatos com os nossos assistidos e eles estarão presentes para almoçar conosco.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

DIA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DE MARIA



Bento XVI presidirá tradicional comemoração à Imaculada em Roma
ACI Digital
Nesta terça-feira, 8, Festa da Imaculada Conceição, o Papa Bento XVI presidirá a habitual comemoração que se rende à Virgem Maria na conhecida Praça Espanha, de Roma. É esperada a presença de milhares de fiéis, que se unirão ao Santo Padre em oração.
Segundo o programa que a Pontifícia Academia da Imaculada apresenta desde 1938, os primeiros a homenagear a Virgem serão os bombeiros, que deixarão aos pés da imagem uma coroa de flores.
No transcurso do dia, diversas procissões, provenientes de várias igrejas da cidade, também chegarão até a Praça Espanha. Está confirmada a presença de associações religiosas e culturais, dos escoteiros, de diversos grupos de oração, entre outros.
Ao meio-dia, está prevista a presença de um coro, convidado pelo embaixador da Espanha ante a Santa Sé, para a comemoração dos espanhóis que residem em Roma. Com antecedência, a comunidade ibérica participará da Missa na Basílica de Santa Maria Maior, que será celebrada pelo Cardeal Arquipreste.
À tarde, o Papa se fará presente para colocar sua oferenda floral, e farão o mesmo o prefeito e o Cardeal Agostino Vallini, Vigário do Santo Padre para a diocese de Roma.
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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

14/07/1841 - CIRCULAR DO SR. BAILLY


TRECHOS
A visita aos pobres; indispensável, e muito proveitosa para a alma dos visitantes.

Enfim, Senhor, eu não quero terminar esta carta sem vos dirigir uma última e instante súplica: Nunca desprezeis a visita aos pobres em seu domicílio. A visita aos
pobres em seus domicílios é o caráter distintivo das Conferências de São Vicente de Paulo: o Conselho tem mesmo exortado os presidentes das Conferências de Paris a visitar pessoalmente todas as famílias adotadas por suas respectivas Conferências, e a visitá-las de três em três meses, afim de lhes conhecer melhor as necessidades e certificar-se de que as visitas se fazem com regularidade. Entremos, pois, corajosamente nesses recintos, onde a pobreza é, muitas vezes, condenada a habitar; não nos contentemos de entrar, sentemo-nos na cadeira desconjuntada que nos for oferecida; conversemos com os pobres; esta conversa trará confiança, por ela conheceremos os seus males, todos os seus desejos e seus vícios, talvez. Dar-lhe-emos conselhos, com conhecimento de causa; obteremos que os filhos vão às escolas, às boas escolas, que se evite a vadiagem, procurando-lhes ensino profissional

terça-feira, 17 de novembro de 2009

trechos da ssvp



Vicentinos devem esforçar-se para olhar além do planejamento individual - o sistema normal de atividade - e olhar também para o planejamento institucional; a fim de expandí-lo para todo o pensamento humanitário. Mera benevolência não é suficiente. Deve-se dar condições de um trabalho benéfico sério, lúcido e organizado, respeitando a dignidade dos outros, e sendo capaz de ajudar o pobre a se emancipar do próprio empobrecimento.
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no LIVRO SEMENTES DE ESPERANÇA - RECEM LANÇADO PELA FAMILIA VICENTINA - TRATA DE MUDANÇAS SISTEMICAS QUE DERAM CERTOS
http://mizaelpoggioli.blogspot.com/

sábado, 14 de novembro de 2009

ALGUNS TRECHOS HISTORICOS DA SSVP

Em face deste crescimento, era necessário que a instituição se organizasse. A primeira Regra, cujas linhas gerais quais foram escritas por Bailly e os artigos escritos por Lallier, foi promulgada no dia 8 de dezembro de 1835, Banquete da Concepção Imaculada.

Depois das províncias, o "contágio" cruzou as fronteiras

- 1842 Roma
- 1843 Bélgica, Escócia, Irlanda
- 1844 Inglaterra
- 1846 Alemanha, Holanda, Grécia, Turquia, Estados Unidos da América, México
- 1847 Canadá, Suíça
- 1850 Áustria, Espanha.
Fez-se necessário criar um Conselho de Direção que levou o nome de Conselho Geral, o qual foi mantido desde então.
O Boletim da Sociedade, cujo objetivo era fazer a ligação entre sócios, começou em 1848.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

NOSSA ESPIRITUALIDADE



de: Renata Mancini ECAFO-CM Rio Preto- UNIÃO


COMO ESTÁ NOSSA ESPIRITUALIDADE oTemos consciência de nossa missão perante os pobres?
oTemos conseguido rezar diariamente e com fé?
oTemos exercido nossa liderança com humildade?
oTemos zelado de nossos compromissos com a família e com a SSVP?


QUAIS AS FONTES DA ESPIRITUALIDADE VICENTINA?
o Eucaristia;
o Sagrada Escritura;
o Oração;
o Visita aos Pobres;
o Ensinamentos e Sacramentos da Igreja

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

11/04/1939- FREDERICO OZANAM



Discrição na publicação do bem realizado

Não falamos dos conselhos que puderam reforçar a piedade periclitante, deter a blasfêmia nos lábios famintos, acalmar
as disenções dos esposos, dirigir a educação dos filhos. A caridade também tem seu pudor e, se confessa algumas de suas obras, é para mútua edificação, mas crê poder reservar alguma coisa para a íntimo do coração e para o olhar de Deus. Assim procediam os artistas de um tempo melhor, que, depois de haverem apresentado sobre a fachada das basílicas todas as esplendidas magnificência da arte, gostavam de esculpir, com mais cuidado e maior delicadeza, alguma graciosa imagem no ápice de uma agulha inacessível, que o olhar da multidão jamais poderia atingir, que não seria visitada senão pelos pássaros e pelos anjos do céu, mas que seria percebido por Aquele que vê o que é oculto e concede a recompensa.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

11 de abril 1839 - Antônio Frederico Ozanam


Discrição na publicação do bem realizado
Não falamos dos conselhos que puderam reforçar a piedade periclitante, deter a blasfêmia nos lábios famintos, acalmar
as disenções dos esposos, dirigir a educação dos filhos. A caridade também tem seu pudor e, se confessa algumas de suas obras, é para mútua edificação, mas crê poder reservar alguma coisa para a íntimo do coração e para o olhar de Deus. Assim procediam os artistas de um tempo melhor, que, depois de haverem apresentado sobre a fachada das basílicas todas as esplendidas magnificência da arte, gostavam de esculpir, com mais cuidado e maior delicadeza, alguma graciosa imagem no ápice de uma agulha inacessível, que o olhar da multidão jamais poderia atingir, que não seria visitada senão pelos pássaros e pelos anjos do céu, mas que seria percebido por Aquele que vê o que é oculto e concede a recompensa.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

14 de Julho de 1841. circular do sr. BILLY


Desejaria muito, Senhor e caro Confrade, assentar bem este principio de nossa existência; não para afrouxar os laços preciosos que nos unem, Deus tal não permita, mas para que as Conferências particulares se entreguem livremente ao progresso de suas obras; para que esse progresso seja bem conhecido, e será uma afirmação, a mais, para nós; que a caridade, e só ela, seja bastante poderosa para unir os homens e guiá-los ao bem.
Em outras condições, com uma organização mais regular, mais uniforme, mais forte na aparência e que, por conseguinte, o zelo de muitos de nossos irmãos poderia pretender realizar, parece-nos que a obra seria comprometida bem depressa pelo seu próprio desenvolvimento.
E agora, Senhor, apesar desta declaração, ou antes por causa desta mesma declaração, visto que não se pode entender que eu vos dirija outra coisa mais do que conselhos, cujo valor avaliareis, responderei a algumas questões que me têm sido dirigidas por parte de diversas Conferências.

sábado, 24 de outubro de 2009

Confrade Rondinélio foi eleito Presidente do Conselho Central Pe Pelágio

No último dia 13/09/2009 foi uma data/referência para nos vicentinos do Conselho Central Padre Pelágio do qual o Conselho Particular São José é vinculado:
Atual secretário da Conferência São João Evangelista (C. P. São José) o Confrade Rondinélio conquistou 7 votos e o confrade Pedro Evangelista (C. P. São Francisco) 2.
O confrade Rondinélio da Costa Silvério é vicentino desde 1996 e já foi cood. comissões de jovens do Conselho Metropolitano de Goiânia.

Desde já agradecemos a disponibilidade da confrade Rondinélio por seu tempo doado a obra de Deus e ao Confrade Gerson e sua diretoria nossos sinceros agradecimentos, os quais colaboraram fornecendo informações, apoio e incentivo à realização do trabalho vicentino.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

CIRCULAR DO SR. BAILLY 01/dezembro 1842



O meio infalível de alcançar maior desenvolvimento, de continuarmos o bem que fazemos e ainda excedê-lo é confirmarmo-nos cada vez mais nesse espírito, que era o do nosso santo patrono, que ressumara de toda a sua vida e de todas as suas máximas, que presidiu nossa iniciação e que temos consignado, tanto quanto nos tem sido possível, nas considerações preliminares do Regulamento e até no próprio Regulamento, porque estas considerações são na verdade a regra que deve inspirar todas as determinações, pois, imprimindo a mesma direção, nos conserva na unidade, apesar da diversidade de meios e de usos que podem reclamar as várias localidades.
Estas curtas reflexões devem ser lidas e relidas muitas vezes e devemos meditar sobre elas com espírito de fé; não representam somente a palavra humana; são pelo menos a palavra do homem cujos discursos e cuja vida Deus sancionou pela glória do céu. Sabeis, Sr. e caro Confrade, que esses pensamentos foram extraídos dos escritos mais íntimos de São Vicente de Paulo, das regras formuladas, após longos anos de experiência, nas obras abençoadas que fundou, para lhes assegurar o progresso e a duração.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Fundadores LE TAILLANDIER




Auguste Le Taillandier (1811-1886) Le Taillandier natural de Roma, veio para França com toda a sua família de tradicionalistas. Sua família veio para Paris onde concluiu estudos legais. Juntou Ozanam no d'histoire de Conférences como uma testemunha silenciosa virtual porque não participou nas discussões. Em 1833 disse a Ozanam que seria melhor para eles alguns trabalhos de caridade para melhor que se envolver em debates . Foi ativo na fundação da sociedade, além de outros trabalhos dando instruções religiosas aos aprendizes e visitar iniciais na conferência . Retornou a Roma, casou, e fundou uma conferência lá. Foi honrado com diversos títulos e homenagiado com honras para sua contribuição a sua comunidade.

domingo, 18 de outubro de 2009

REGULAMENTO DE 1845



Foi, sem sombra de duvida, este caráter primitivo e fundamental da Sociedade de S. Vicente de Paulo que lhe deu forças e permitiu sua rápida difusão. Muitas vezes, quando alguns cristãos procuram reunir-se numa pequena localidade sob o pacifico pendão do nosso santo padroeiro, surgem logo algumas almas assustadiças que temem a concorrência desses forasteiros às instituições preexistentes, às irmãs de caridade, ao clero, às obras beneficentes. Os pobres, dizem logo, são socorridos fartamente; fazer mais por eles seria fazer demais, seria encorajar a preguiça, e, se não pretendem aumentar as esmolas, de que serve desperdiçar assim os recursos, com o risco de introduzir a confusão nas distribuições, onde antes reinava a mais perfeita ordem? Eis o que, nos primeiros dias de uma Conferência, muitas vezes se diz nas regiões isentas de miséria excessiva, parecendo, pois, ter certo fundamento. Mas se nossa finalidade consiste principalmente em fazer bem a nós mesmos, indo visitar os pobres, estas objeções caem por terra e somente resta, aos que nos temiam como rivais, o desejo de nos ver bem sucedidos. Todos os que desejam o bem, certamente hão de ver com bons olhos este espetáculo: homens de todas as classes, de todas as posições, de todas as idades, de todas as opiniões, reunidos pelos laços sagrados da fé, aprendendo a fazer o bem, sem o menor espirito de partidarismo, entrando no casebre do pobre, suportando as fortes impressões provocadas pelo quadro vivo da miséria e contribuindo assim para a difícil reconciliação do pobre com o rico, dos sofredores com os felizes deste mundo.

sábado, 17 de outubro de 2009

TRECHOS DA CIRCULAR SR. LALLIER 1837




Consideramos, bem o sabeis, como uma de nossas principais obras a visita aos pobres. É, de alguma forma, condição de existência para nós. Acreditamos que um dos laços
mais fortes que nos podem unir a todos é o da comunhão de boas obras e resolvemos fazer algum bem às famílias necessitadas. Nosso Regulamento ocupa-se, em grande parte deste ponto, e nisso não devemos modificá-lo sem motivo grave. Caso as circunstâncias nos forçassem a fazê-lo, seria necessário substituir por outras obras de caridade aquela que adotamos de preferência. Assim procederam os membros da Conferência de Roma. Na impossibilidade em que os colocava a desconfiança dos habitantes, com respeito à visita ao domicilio das famílias pobres(Hoje as Conferências de Roma visitam os pobres em seu domicilio), resolveram ir aos hospitais consolar os enfermos e particularmente aos nossos compatriotas, que ai se achavam, algumas vezes, doentes e abandonados. Mas em França não existem tais dificuldades; pelo menos geralmente, a visita aos pobres pode ser adotada por todas as Conferências.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

TRECHOS DA CIRCULAR DE BAILLY 14/07/1841




Amemos as nossas regras: se as guardarmos fielmente, tenhamos fé que elas nos guardarão, e que guardarão a nossa obra. Esta fidelidade tem sido mantida, com efeito, da parte das Conferências e é a isto que, não duvidamos, devemos em grande parte os aumentos maravilhosos de nossa Sociedade e as bênçãos que Deus lhe concede.
Compenetremo-nos, Senhor e caro Confrade, cada vez mais do espírito da nossa obra; entreguemo-nos aos pobres, sem preferências de pessoas, sejamos sempre cheios de estima e deferência pelas outras instituições de caridade; conservemo-nos intimamente ligados a nossos pastores; não formemos senão um corpo e uma alma; que não haja, como não houve no passado, troca de palavras entre nós, discussões sobre precedências; não tenhamos outro partido senão o da caridade; não resvalemos às insignificâncias das questões de campanário.
É por este espírito de abnegação dos confrades entre si, das Conferências uma em face das outras, da Sociedade a respeito de todos; é por causa deste espírito verdadeiramente cristão, que não tem cessado de animar a associação, que ela merece a estima publica

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Trechos escritos por Antônio Frederico Ozanam


A fé existe por toda parte, mas tíbia; a prática ainda é observada, mas muitas vezes sem critério. É necessário aclarar esta meia luz, reaquecer a tibieza; não se trata tanto de converter, mas de edificar. Católicos não nos faltam, será preciso fazê-los santos. E como fazer santos, sem que o sejamos? Como pregar aos infelizes uma designação, uma coragem que não possuímos? Como censurá-los, se nos achamos incursos na mesma censura? Eis, Senhores, a dificuldade principal de nossa posição; eis o que faz com que, no meio das famílias que visitamos, o silêncio nos fecha os lábios e a confusão invada nosso coração, porque nos sentimos atacados pelas mesmas enfermidades, e muitas vezes inferiores em virtude, àqueles que nos rodeiam; e reconhecemos, como São Vicente de Paulo, “que estes pobres de Jesus Cristo, são nossos senhores e nossos mestres, e que não merecemos prestar-lhes nossos pequenos serviços...”

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Dia de Nossa Senhora da Conceição Aparecida


Foi em 1717 que, nas águas benditas do rio Paraíba, três pescadores encontraram a imagem milagrosa de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, que viria a ser constituída Rainha e Padroeira do Brasil. Sua festa, atualmente celebrada no dia 12 de outubro, é desde 1988 feriado nacional. Não há brasileiro digno desse nome que não se comova profundamente ao ouvir as estrofes despretensiosas mas cheias de unção do velho hino mariano: "Viva a Mãe de Deus e nossa / Sem pecado concebida / Viva a Virgem Imaculada / A Senhora Aparecida".

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

CARTA ENCÍCLICA CARITAS IN VERITATE DO SUMO PONTÍFICE BENTO XVI AOS BISPOS AOS PRESBÍTEROS E DIÁCONOS ÀS PESSOAS CONSAGRADAS AOS FIÉIS LEIGOS E A TODO

INTRODUÇÃO

1. A caridade na verdade, que Jesus Cristo testemunhou com a sua vida terrena e sobretudo com a sua morte e ressurreição, é a força propulsora principal para o verdadeiro desenvolvimento de cada pessoa e da humanidade inteira. O amor — « caritas » — é uma força extraordinária, que impele as pessoas a comprometerem-se, com coragem e generosidade, no campo da justiça e da paz. É uma força que tem a sua origem em Deus, Amor eterno e Verdade absoluta. Cada um encontra o bem próprio, aderindo ao projecto que Deus tem para ele a fim de o realizar plenamente: com efeito, é em tal projecto que encontra a verdade sobre si mesmo e, aderindo a ela, torna-se livre (cf. Jo 8, 32). Por isso, defender a verdade, propô-la com humildade e convicção e testemunhá-la na vida são formas exigentes e imprescindíveis de caridade. Esta, de facto, « rejubila com a verdade » (1 Cor 13, 6). Todos os homens sentem o impulso interior para amar de maneira autêntica: amor e verdade nunca desaparecem de todo neles, porque são a vocação colocada por Deus no coração e na mente de cada homem. Jesus Cristo purifica e liberta das nossas carências humanas a busca do amor e da verdade e desvenda-nos, em plenitude, a iniciativa de amor e o projecto de vida verdadeira que Deus preparou para nós. Em Cristo, a caridade na verdade torna-se o Rosto da sua Pessoa, uma vocação a nós dirigida para amarmos os nossos irmãos na verdade do seu projecto. De facto, Ele mesmo é a Verdade (cf. Jo 14, 6).

2. A caridade é a via mestra da doutrina social da Igreja. As diversas responsabilidades e compromissos por ela delineados derivam da caridade, que é — como ensinou Jesus — a síntese de toda a Lei (cf. Mt 22, 36-40). A caridade dá verdadeira substância à relação pessoal com Deus e com o próximo; é o princípio não só das microrelações estabelecidas entre amigos, na família, no pequeno grupo, mas também das macrorelações como relacionamentos sociais, económicos, políticos. Para a Igreja — instruída pelo Evangelho —, a caridade é tudo porque, como ensina S. João (cf. 1 Jo 4, 8.16) e como recordei na minha primeira carta encíclica, « Deus é caridade » (Deus caritas est): da caridade de Deus tudo provém, por ela tudo toma forma, para ela tudo tende. A caridade é o dom maior que Deus concedeu aos homens; é sua promessa e nossa esperança.

Estou ciente dos desvios e esvaziamento de sentido que a caridade não cessa de enfrentar com o risco, daí resultante, de ser mal entendida, de excluí-la da vida ética e, em todo o caso, de impedir a sua correcta valorização. Nos âmbitos social, jurídico, cultural, político e económico, ou seja, nos contextos mais expostos a tal perigo, não é difícil ouvir declarar a sua irrelevância para interpretar e orientar as responsabilidades morais. Daqui a necessidade de conjugar a caridade com a verdade, não só na direcção assinalada por S. Paulo da « veritas in caritate » (Ef 4, 15), mas também na direcção inversa e complementar da « caritas in veritate ». A verdade há-de ser procurada, encontrada e expressa na « economia » da caridade, mas esta por sua vez há-de ser compreendida, avaliada e praticada sob a luz da verdade. Deste modo teremos não apenas prestado um serviço à caridade, iluminada pela verdade, mas também contribuído para acreditar a verdade, mostrando o seu poder de autenticação e persuasão na vida social concreta. Facto este que se deve ter bem em conta hoje, num contexto social e cultural que relativiza a verdade, aparecendo muitas vezes negligente se não mesmo refractário à mesma.

3. Pela sua estreita ligação com a verdade, a caridade pode ser reconhecida como expressão autêntica de humanidade e como elemento de importância fundamental nas relações humanas, nomeadamente de natureza pública. Só na verdade é que a caridade refulge e pode ser autenticamente vivida. A verdade é luz que dá sentido e valor à caridade. Esta luz é simultaneamente a luz da razão e a da fé, através das quais a inteligência chega à verdade natural e sobrenatural da caridade: identifica o seu significado de doação, acolhimento e comunhão. Sem verdade, a caridade cai no sentimentalismo. O amor torna-se um invólucro vazio, que se pode encher arbitrariamente. É o risco fatal do amor numa cultura sem verdade; acaba prisioneiro das emoções e opiniões contingentes dos indivíduos, uma palavra abusada e adulterada chegando a significar o oposto do que é realmente. A verdade liberta a caridade dos estrangulamentos do emotivismo, que a despoja de conteúdos relacionais e sociais, e do fideísmo, que a priva de amplitude humana e universal. Na verdade, a caridade reflecte a dimensão simultaneamente pessoal e pública da fé no Deus bíblico, que é conjuntamente « Agápe » e « Lógos »: Caridade e Verdade, Amor e Palavra.

4. Porque repleta de verdade, a caridade pode ser compreendida pelo homem na sua riqueza de valores, partilhada e comunicada. Com efeito, a verdade é « lógos » que cria « diá-logos » e, consequentemente, comunicação e comunhão. A verdade, fazendo sair os homens das opiniões e sensações subjectivas, permite-lhes ultrapassar determinações culturais e históricas para se encontrarem na avaliação do valor e substância das coisas. A verdade abre e une as inteligências no lógos do amor: tal é o anúncio e o testemunho cristão da caridade. No actual contexto social e cultural, em que aparece generalizada a tendência de relativizar a verdade, viver a caridade na verdade leva a compreender que a adesão aos valores do cristianismo é um elemento útil e mesmo indispensável para a construção duma boa sociedade e dum verdadeiro desenvolvimento humano integral. Um cristianismo de caridade sem verdade pode ser facilmente confundido com uma reserva de bons sentimentos, úteis para a convivência social mas marginais. Deste modo, deixaria de haver verdadeira e propriamente lugar para Deus no mundo. Sem a verdade, a caridade acaba confinada num âmbito restrito e carecido de relações; fica excluída dos projectos e processos de construção dum desenvolvimento humano de alcance universal, no diálogo entre o saber e a realização prática.

5. A caridade é amor recebido e dado; é « graça » (cháris). A sua nascente é o amor fontal do Pai pelo Filho no Espírito Santo. É amor que, pelo Filho, desce sobre nós. É amor criador, pelo qual existimos; amor redentor, pelo qual somos recriados. Amor revelado e vivido por Cristo (cf. Jo 13, 1), é « derramado em nossos corações pelo Espírito Santo » (Rm 5, 5). Destinatários do amor de Deus, os homens são constituídos sujeitos de caridade, chamados a fazerem-se eles mesmos instrumentos da graça, para difundir a caridade de Deus e tecer redes de caridade.

A esta dinâmica de caridade recebida e dada, propõe-se dar resposta a doutrina social da Igreja. Tal doutrina é « caritas in veritate in re sociali », ou seja, proclamação da verdade do amor de Cristo na sociedade; é serviço da caridade, mas na verdade. Esta preserva e exprime a força libertadora da caridade nas vicissitudes sempre novas da história. É ao mesmo tempo verdade da fé e da razão, na distinção e, conjuntamente, sinergia destes dois âmbitos cognitivos. O desenvolvimento, o bem-estar social, uma solução adequada dos graves problemas socioeconómicos que afligem a humanidade precisam desta verdade. Mais ainda, necessitam que tal verdade seja amada e testemunhada. Sem verdade, sem confiança e amor pelo que é verdadeiro, não há consciência e responsabilidade social, e a actividade social acaba à mercê de interesses privados e lógicas de poder, com efeitos desagregadores na sociedade, sobretudo numa sociedade em vias de globalização que atravessa momentos difíceis como os actuais.

6. « Caritas in veritate » é um princípio à volta do qual gira a doutrina social da Igreja, princípio que ganha forma operativa em critérios orientadores da acção moral. Destes, desejo lembrar dois em particular, requeridos especialmente pelo compromisso em prol do desenvolvimento numa sociedade em vias de globalização: a justiça e o bem comum.

Em primeiro lugar, a justiça. Ubi societas, ibi ius: cada sociedade elabora um sistema próprio de justiça. A caridade supera a justiça, porque amar é dar, oferecer ao outro do que é « meu »; mas nunca existe sem a justiça, que induz a dar ao outro o que é « dele », o que lhe pertence em razão do seu ser e do seu agir. Não posso « dar » ao outro do que é meu, sem antes lhe ter dado aquilo que lhe compete por justiça. Quem ama os outros com caridade é, antes de mais nada, justo para com eles. A justiça não só não é alheia à caridade, não só não é um caminho alternativo ou paralelo à caridade, mas é « inseparável da caridade »[1], é-lhe intrínseca. A justiça é o primeiro caminho da caridade ou, como chegou a dizer Paulo VI, « a medida mínima » dela[2], parte integrante daquele amor « por acções e em verdade » (1 Jo 3, 18) a que nos exorta o apóstolo João. Por um lado, a caridade exige a justiça: o reconhecimento e o respeito dos legítimos direitos dos indivíduos e dos povos. Aquela empenha-se na construção da « cidade do homem » segundo o direito e a justiça. Por outro, a caridade supera a justiça e completa-a com a lógica do dom e do perdão[3]. A « cidade do homem » não se move apenas por relações feitas de direitos e de deveres, mas antes e sobretudo por relações de gratuidade, misericórdia e comunhão. A caridade manifesta sempre, mesmo nas relações humanas, o amor de Deus; dá valor teologal e salvífico a todo o empenho de justiça no mundo.

7. Depois, é preciso ter em grande consideração o bem comum. Amar alguém é querer o seu bem e trabalhar eficazmente pelo mesmo. Ao lado do bem individual, existe um bem ligado à vida social das pessoas: o bem comum. É o bem daquele « nós-todos », formado por indivíduos, famílias e grupos intermédios que se unem em comunidade social[4]. Não é um bem procurado por si mesmo, mas para as pessoas que fazem parte da comunidade social e que, só nela, podem realmente e com maior eficácia obter o próprio bem. Querer o bem comum e trabalhar por ele é exigência de justiça e de caridade. Comprometer-se pelo bem comum é, por um lado, cuidar e, por outro, valer-se daquele conjunto de instituições que estruturam jurídica, civil, política e culturalmente a vida social, que deste modo toma a forma de pólis, cidade. Ama-se tanto mais eficazmente o próximo, quanto mais se trabalha em prol de um bem comum que dê resposta também às suas necessidades reais. Todo o cristão é chamado a esta caridade, conforme a sua vocação e segundo as possibilidades que tem de incidência na pólis. Este é o caminho institucional — podemos mesmo dizer político — da caridade, não menos qualificado e incisivo do que o é a caridade que vai directamente ao encontro do próximo, fora das mediações institucionais da pólis. Quando o empenho pelo bem comum é animado pela caridade, tem uma valência superior à do empenho simplesmente secular e político. Aquele, como todo o empenho pela justiça, inscreve-se no testemunho da caridade divina que, agindo no tempo, prepara o eterno. A acção do homem sobre a terra, quando é inspirada e sustentada pela caridade, contribui para a edificação daquela cidade universal de Deus que é a meta para onde caminha a história da família humana. Numa sociedade em vias de globalização, o bem comum e o empenho em seu favor não podem deixar de assumir as dimensões da família humana inteira, ou seja, da comunidade dos povos e das nações[5], para dar forma de unidade e paz à cidade do homem e torná-la em certa medida antecipação que prefigura a cidade de Deus sem barreiras.

8. Ao publicar a encíclica Populorum progressio em 1967, o meu venerado predecessor Paulo VI iluminou o grande tema do desenvolvimento dos povos com o esplendor da verdade e com a luz suave da caridade de Cristo. Afirmou que o anúncio de Cristo é o primeiro e principal factor de desenvolvimento [6] e deixou-nos a recomendação de caminhar pela estrada do desenvolvimento com todo o nosso coração e com toda a nossa inteligência[7], ou seja, com o ardor da caridade e a sapiência da verdade. É a verdade originária do amor de Deus — graça a nós concedida — que abre ao dom a nossa vida e torna possível esperar num « desenvolvimento do homem todo e de todos os homens »[8], numa passagem « de condições menos humanas a condições mais humanas »[9], que se obtém vencendo as dificuldades que inevitavelmente se encontram ao longo do caminho.

Passados mais de quarenta anos da publicação da referida encíclica, pretendo prestar homenagem e honrar a memória do grande Pontífice Paulo VI, retomando os seus ensinamentos sobre o desenvolvimento humano integral e colocando-me na senda pelos mesmos traçada para os actualizar nos dias que correm. Este processo de actualização teve início com a encíclica Sollicitudo rei socialis do Servo de Deus João Paulo II, que desse modo quis comemorar a Populorum progressio no vigésimo aniversário da sua publicação. Até então, semelhante comemoração tinha-se reservado apenas para a Rerum novarum. Passados outros vinte anos, exprimo a minha convicção de que a Populorum progressio merece ser considerada como « a Rerum novarum da época contemporânea », que ilumina o caminho da humanidade em vias de unificação.

9. O amor na verdade — caritas in veritate — é um grande desafio para a Igreja num mundo em crescente e incisiva globalização. O risco do nosso tempo é que, à real interdependência dos homens e dos povos, não corresponda a interacção ética das consciências e das inteligências, da qual possa resultar um desenvolvimento verdadeiramente humano. Só através da caridade, iluminada pela luz da razão e da fé, é possível alcançar objectivos de desenvolvimento dotados de uma valência mais humana e humanizadora. A partilha dos bens e recursos, da qual deriva o autêntico desenvolvimento, não é assegurada pelo simples progresso técnico e por meras relações de conveniência, mas pelo potencial de amor que vence o mal com o bem (cf. Rm 12, 21) e abre à reciprocidade das consciências e das liberdades.

A Igreja não tem soluções técnicas para oferecer [10] e não pretende « de modo algum imiscuir-se na política dos Estados »[11]; mas tem uma missão ao serviço da verdade para cumprir, em todo o tempo e contingência, a favor de uma sociedade à medida do homem, da sua dignidade, da sua vocação. Sem verdade, cai-se numa visão empirista e céptica da vida, incapaz de se elevar acima da acção porque não está interessada em identificar os valores — às vezes nem sequer os significados — pelos quais julgá-la e orientá-la. A fidelidade ao homem exige a fidelidade à verdade, a única que é garantia de liberdade (cf. Jo 8, 32) e da possibilidade dum desenvolvimento humano integral. É por isso que a Igreja a procura, anuncia incansavelmente e reconhece em todo o lado onde a mesma se apresente. Para a Igreja, esta missão ao serviço da verdade é irrenunciável. A sua doutrina social é um momento singular deste anúncio: é serviço à verdade que liberta. Aberta à verdade, qualquer que seja o saber donde provenha, a doutrina social da Igreja acolhe-a, compõe numa unidade os fragmentos em que frequentemente a encontra, e serve-lhe de medianeira na vida sempre nova da sociedade dos homens e dos povos[12].

CAPÍTULO I

A MENSAGEM
DA POPULORUM PROGRESSIO

10. A releitura da Populorum progressio, mais de quarenta anos depois da sua publicação, incita a permanecer fiéis à sua mensagem de caridade e de verdade, considerando-a no âmbito do magistério específico de Paulo VI e, mais em geral, dentro da tradição da doutrina social da Igreja. Depois há que avaliar os termos diferentes em que hoje, diversamente de então, se coloca o problema do desenvolvimento. Por isso, o ponto de vista correcto é o da Tradição da fé apostólica[13], património antigo e novo, fora do qual a Populorum progressio seria um documento sem raízes e as questões do desenvolvimento ficariam reduzidas unicamente a dados sociológicos.

11. A publicação da Populorum progressio deu-se imediatamente depois da conclusão do Concílio Ecuménico Vaticano II. A própria encíclica sublinha, nos primeiros parágrafos, a sua relação íntima com o Concílio[14]. Vinte anos depois, era João Paulo II que destacava, na Sollicitudo rei socialis, a fecunda relação daquela encíclica com o Concílio, particularmente com a constituição pastoral Gaudium et spes[15]. Desejo, também eu, lembrar aqui a importância que o Concílio Vaticano II teve na encíclica de Paulo VI e em todo o sucessivo magistério social dos Sumos Pontífices. O Concílio aprofundou aquilo que desde sempre pertence à verdade da fé, ou seja, que a Igreja, estando ao serviço de Deus, serve o mundo em termos de amor e verdade. Foi precisamente desta perspectiva que partiu Paulo VI para nos comunicar duas grandes verdades. A primeira é que a Igreja inteira, em todo o seu ser e agir, quando anuncia, celebra e actua na caridade, tende a promover o desenvolvimento integral do homem. Ela tem um papel público que não se esgota nas suas actividades de assistência ou de educação, mas revela todas as suas energias ao serviço da promoção do homem e da fraternidade universal quando pode usufruir de um regime de liberdade. Em não poucos casos, tal liberdade vê-se impedida por proibições e perseguições; ou então é limitada, quando a presença pública da Igreja fica reduzida unicamente às suas actividades sociocaritativas. A segunda verdade é que o autêntico desenvolvimento do homem diz respeito unitariamente à totalidade da pessoa em todas as suas dimensões[16]. Sem a perspectiva duma vida eterna, o progresso humano neste mundo fica privado de respiro. Fechado dentro da história, está sujeito ao risco de reduzir-se a simples incremento do ter; deste modo, a humanidade perde a coragem de permanecer disponível para os bens mais altos, para as grandes e altruístas iniciativas solicitadas pela caridade universal. O homem não se desenvolve apenas com as suas próprias forças, nem o desenvolvimento é algo que se lhe possa dar simplesmente de fora. Muitas vezes, ao longo da história, pensou-se que era suficiente a criação de instituições para garantir à humanidade a satisfação do direito ao desenvolvimento. Infelizmente foi depositada excessiva confiança em tais instituições, como se estas pudessem conseguir automaticamente o objectivo desejado. Na realidade, as instituições sozinhas não bastam, porque o desenvolvimento humano integral é primariamente vocação e, por conseguinte, exige uma livre e solidária assunção de responsabilidade por parte de todos. Além disso, tal desenvolvimento requer uma visão transcendente da pessoa, tem necessidade de Deus: sem Ele, o desenvolvimento é negado ou acaba confiado unicamente às mãos do homem, que cai na presunção da auto-salvação e acaba por fomentar um desenvolvimento desumanizado. Aliás, só o encontro com Deus permite deixar de « ver no outro sempre e apenas o outro »[17], para reconhecer nele a imagem divina, chegando assim a descobrir verdadeiramente o outro e a maturar um amor que « se torna cuidado do outro e pelo outro »[18].

12. A ligação entre a Populorum progressio e o Concílio Vaticano II não representa um corte entre o magistério social de Paulo VI e o dos Pontífices seus predecessores, visto que o Concílio constitui um aprofundamento de tal magistério na continuidade da vida da Igreja[19]. Neste sentido, não ajudam à clareza certas subdivisões abstractas da doutrina social da Igreja, que aplicam ao ensinamento social pontifício categorias que lhe são alheias. Não existem duas tipologias de doutrina social — uma pré-conciliar e outra pós-conciliar —, diversas entre si, mas um único ensinamento, coerente e simultaneamente sempre novo[20]. É justo evidenciar a peculiaridade de uma ou outra encíclica, do ensinamento deste ou daquele Pontífice, mas sem jamais perder de vista a coerência do corpus doutrinal inteiro[21]. Coerência não significa reclusão num sistema, mas sobretudo fidelidade dinâmica a uma luz recebida. A doutrina social da Igreja ilumina, com uma luz imutável, os problemas novos que vão aparecendo[22]. Isto salvaguarda o carácter quer permanente quer histórico deste « património » doutrinal[23], o qual, com as suas características específicas, faz parte da Tradição sempre viva da Igreja[24]. A doutrina social está construída sobre o fundamento que foi transmitido pelos Apóstolos aos Padres da Igreja e, depois, acolhido e aprofundado pelos grandes Doutores cristãos. Tal doutrina remonta, em última análise, ao Homem novo, ao « último Adão que Se tornou espírito vivificante » (1 Cor 15, 45) e é princípio da caridade que « nunca acabará » (1 Cor 13, 8). É testemunhada pelos Santos e por quantos deram a vida por Cristo Salvador no campo da justiça e da paz. Nela se exprime a missão profética que têm os Sumos Pontífices de guiar apostolicamente a Igreja de Cristo e discernir as novas exigências da evangelização. Por estas razões, a Populorum progressio, inserida na grande corrente da Tradição, é capaz de nos falar ainda hoje.

13. Além da sua importante ligação com toda a doutrina social da Igreja, a Populorum progressio está intimamente conexa com o magistério global de Paulo VI e, de modo particular, com o seu magistério social. De grande relevo foi, sem dúvida, o seu ensinamento social: reafirmou a exigência imprescindível do Evangelho para a construção da sociedade segundo liberdade e justiça, na perspectiva ideal e histórica de uma civilização animada pelo amor. Paulo VI compreendeu claramente como se tinha tornado mundial a questão social[25] e viu a correlação entre o impulso à unificação da humanidade e o ideal cristão de uma única família dos povos, solidária na fraternidade comum. Indicou o desenvolvimento, humana e cristãmente entendido, como o coração da mensagem social cristã e propôs a caridade cristã como principal força ao serviço do desenvolvimento. Movido pelo desejo de tornar o amor de Cristo plenamente visível ao homem contemporâneo, Paulo VI enfrentou com firmeza importantes questões éticas, sem ceder às debilidades culturais do seu tempo.

14. Depois, com a carta apostólica Octogesima adveniens de 1971, Paulo VI tratou o tema do sentido da política e do perigo de visões utópicas e ideológicas que prejudicavam a sua qualidade ética e humana. São argumentos estritamente relacionados com o desenvolvimento. Infelizmente as ideologias negativas florescem continuamente. Contra a ideologia tecnocrática, hoje particularmente radicada, já Paulo VI tinha alertado[26], ciente do grande perigo que era confiar todo o processo do desenvolvimento unicamente à técnica, porque assim ficaria sem orientação. A técnica, em si mesma, é ambivalente. Se, por um lado, há hoje quem seja propenso a confiar-lhe inteiramente tal processo de desenvolvimento, por outro, assiste-se à investida de ideologias que negam in toto a própria utilidade do desenvolvimento, considerado radicalmente anti-humano e portador somente de degradação. Mas, deste modo, acaba-se por condenar não apenas a maneira errada e injusta como por vezes os homens orientam o progresso, mas também as descobertas científicas que entretanto, se bem usadas, constituem uma oportunidade de crescimento para todos. A ideia de um mundo sem desenvolvimento exprime falta de confiança no homem e em Deus. Por conseguinte, é um grave erro desprezar as capacidades humanas de controlar os extravios do desenvolvimento ou mesmo ignorar que o homem está constitutivamente inclinado para « ser mais ». Absolutizar ideologicamente o progresso técnico ou então afagar a utopia duma humanidade reconduzida ao estado originário da natureza são dois modos opostos de separar o progresso da sua apreciação moral e, consequentemente, da nossa responsabilidade.

15. Outros dois documentos de Paulo VI, embora não estritamente ligados com a doutrina social — a encíclica Humanæ vitæ, de 25 de Julho de 1968, e a exortação apostólica Evangelii nuntiandi, de 8 de Dezembro de 1975 —, são muito importantes para delinear o sentido plenamente humano do desenvolvimento proposto pela Igreja. Por isso é oportuno ler também estes textos em relação com a Populorum progressio.

A encíclica Humanæ vitæ sublinha o significado conjuntamente unitivo e procriativo da sexualidade, pondo assim como fundamento da sociedade o casal, homem e mulher, que se acolhem reciprocamente na distinção e na complementaridade; um casal, portanto, aberto à vida[27]. Não se trata de uma moral meramente individual: a Humanæ vitæ indica os fortes laços existentes entre ética da vida e ética social, inaugurando uma temática do Magistério que aos poucos foi tomando corpo em vários documentos, sendo o mais recente a encíclica Evangelium vitæ de João Paulo II[28]. A Igreja propõe, com vigor, esta ligação entre ética da vida e ética social, ciente de que não pode « ter sólidas bases uma sociedade que afirma valores como a dignidade da pessoa, a justiça e a paz, mas contradiz-se radicalmente aceitando e tolerando as mais diversas formas de desprezo e violação da vida humana, sobretudo se débil e marginalizada »[29].

Por sua vez, a exortação apostólica Evangelii nuntiandi tem uma relação muito forte com o desenvolvimento, visto que « a evangelização — escrevia Paulo VI — não seria completa, se não tomasse em consideração a interpelação recíproca que se fazem constantemente o Evangelho e a vida concreta, pessoal e social, do homem »[30]. « Entre evangelização e promoção humana — desenvolvimento, libertação — existem de facto laços profundos »[31]: partindo desta certeza, Paulo VI ilustrava claramente a relação entre o anúncio de Cristo e a promoção da pessoa na sociedade. O testemunho da caridade de Cristo através de obras de justiça, paz e desenvolvimento faz parte da evangelização, pois a Jesus Cristo, que nos ama, interessa o homem inteiro. Sobre estes importantes ensinamentos, está fundado o aspecto missionário [32] da doutrina social da Igreja como elemento essencial de evangelização[33]. A doutrina social da Igreja é anúncio e testemunho de fé; é instrumento e lugar imprescindível de educação para a mesma.

16. Na Populorum progressio, Paulo VI quis dizer-nos, antes de mais nada, que o progresso é, na sua origem e na sua essência, uma vocação: « Nos desígnios de Deus, cada homem é chamado a desenvolver-se, porque toda a vida é vocação »[34]. É precisamente este facto que legitima a intervenção da Igreja nas problemáticas do desenvolvimento. Se este tocasse apenas aspectos técnicos da vida do homem, e não o sentido do seu caminhar na história juntamente com seus irmãos, nem a individuação da meta de tal caminho, a Igreja não teria título para falar. Mas Paulo VI, como antes dele Leão XIII na Rerum novarum[35], estava consciente de cumprir um dever próprio do seu serviço quando iluminava com a luz do Evangelho as questões sociais do seu tempo[36].

Dizer que o desenvolvimento é vocação equivale a reconhecer, por um lado, que o mesmo nasce de um apelo transcendente e, por outro, que é incapaz por si mesmo de atribuir-se o próprio significado último. Não é sem motivo que a palavra « vocação » volta a aparecer noutra passagem da encíclica, onde se afirma: « Não há, portanto, verdadeiro humanismo senão o aberto ao Absoluto, reconhecendo uma vocação que exprime a ideia exacta do que é a vida humana »[37]. Esta visão do desenvolvimento é o coração da Populorum progressio e motiva todas as reflexões de Paulo VI sobre a liberdade, a verdade e a caridade no desenvolvimento. É também a razão principal por que tal encíclica continua actual nos nossos dias.

17. A vocação é um apelo que exige resposta livre e responsável. O desenvolvimento humano integral supõe a liberdade responsável da pessoa e dos povos: nenhuma estrutura pode garantir tal desenvolvimento, prescindindo e sobrepondo-se à responsabilidade humana. Os « messianismos fascinantes, mas construtores de ilusões »[38] fundam sempre as próprias propostas na negação da dimensão transcendente do desenvolvimento, seguros de o terem inteiramente à sua disposição. Esta falsa segurança converte-se em fraqueza, porque implica a sujeição do homem, reduzido à categoria de meio para o desenvolvimento, enquanto a humildade de quem acolhe uma vocação se transforma em verdadeira autonomia, porque torna a pessoa livre. Paulo VI não tem dúvidas sobre a existência de obstáculos e condicionamentos que refreiam o desenvolvimento, mas está seguro também de que « cada um, sejam quais forem as influências que sobre ele se exerçam, permanece o artífice principal do seu êxito ou do seu fracasso »[39]. Esta liberdade diz respeito não só ao desenvolvimento que usufruímos, mas também às situações de subdesenvolvimento, que não são fruto do acaso nem de uma necessidade histórica, mas dependem da responsabilidade humana. É por isso que « os povos da fome se dirigem hoje, de modo dramático, aos povos da opulência »[40]. Também isto é vocação, um apelo que homens livres dirigem a homens livres em ordem a uma assunção comum de responsabilidade. Viva era, em Paulo VI, a percepção da importância das estruturas económicas e das instituições, mas era igualmente clara nele a noção da sua natureza de instrumentos da liberdade humana. Somente se for livre é que o desenvolvimento pode ser integralmente humano; apenas num regime de liberdade responsável, pode crescer de maneira adequada.

18. Além de requerer a liberdade, o desenvolvimento humano integral enquanto vocação exige também que se respeite a sua verdade. A vocação ao progresso impele os homens a « realizar, conhecer e possuir mais, para ser mais »[41]. Mas aqui levanta-se o problema: que significa « ser mais »? A tal pergunta responde Paulo VI indicando a característica essencial do « desenvolvimento autêntico »: este « deve ser integral, quer dizer, promover todos os homens e o homem todo »[42]. Na concorrência entre as várias concepções do homem, presentes na sociedade actual ainda mais intensamente do que na de Paulo VI, a visão cristã tem a peculiaridade de afirmar e justificar o valor incondicional da pessoa humana e o sentido do seu crescimento. A vocação cristã ao desenvolvimento ajuda a empenhar-se na promoção de todos os homens e do homem todo. Escrevia Paulo VI: « O que conta para nós é o homem, cada homem, cada grupo de homens, até se chegar à humanidade inteira »[43]. A fé cristã ocupa-se do desenvolvimento sem olhar a privilégios nem posições de poder nem mesmo aos méritos dos cristãos — que sem dúvida existiram e existem, a par de naturais limitações[44] —, mas contando apenas com Cristo, a Quem há-de fazer referência toda a autêntica vocação ao desenvolvimento humano integral. O Evangelho é elemento fundamental do desenvolvimento, porque lá Cristo, com « a própria revelação do mistério do Pai e do seu amor, revela o homem a si mesmo »[45]. Instruída pelo seu Senhor, a Igreja perscruta os sinais dos tempos e interpreta-os, oferecendo ao mundo « o que possui como próprio: uma visão global do homem e da humanidade »[46]. Precisamente porque Deus pronuncia o maior « sim » ao homem[47], este não pode deixar de se abrir à vocação divina para realizar o próprio desenvolvimento. A verdade do desenvolvimento consiste na sua integralidade: se não é desenvolvimento do homem todo e de todo o homem, não é verdadeiro desenvolvimento. Esta é a mensagem central da Populorum progressio, válida hoje e sempre. O desenvolvimento humano integral no plano natural, enquanto resposta a uma vocação de Deus criador[48], procura a própria autenticação num « humanismo transcendente, que leva [o homem] a atingir a sua maior plenitude: tal é a finalidade suprema do desenvolvimento pessoal »[49]. Portanto, a vocação cristã a tal desenvolvimento compreende tanto o plano natural como o plano sobrenatural, motivo por que, « quando Deus fica eclipsado, começa a esmorecer a nossa capacidade de reconhecer a ordem natural, o fim e o ‘‘bem'' »[50].

19. Finalmente, a concepção do desenvolvimento como vocação inclui nele a centralidade da caridade. Paulo VI observava, na encíclica Populorum progressio, que as causas do subdesenvolvimento não são primariamente de ordem material, convidando-nos a procurá-las noutras dimensões do homem. Em primeiro lugar, na vontade, que muitas vezes descuida os deveres da solidariedade. Em segundo, no pensamento, que nem sempre sabe orientar convenientemente o querer; por isso, para a prossecução do desenvolvimento, servem « pensadores capazes de reflexão profunda, em busca de um humanismo novo, que permita ao homem moderno o encontro de si mesmo »[51]. E não é tudo; o subdesenvolvimento tem uma causa ainda mais importante do que a carência de pensamento: é « a falta de fraternidade entre os homens e entre os povos »[52]. Esta fraternidade poderá um dia ser obtida pelos homens simplesmente com as suas forças? A sociedade cada vez mais globalizada torna-nos vizinhos, mas não nos faz irmãos. A razão, por si só, é capaz de ver a igualdade entre os homens e estabelecer uma convivência cívica entre eles, mas não consegue fundar a fraternidade. Esta tem origem numa vocação transcendente de Deus Pai, que nos amou primeiro, ensinando-nos por meio do Filho o que é a caridade fraterna. Ao apresentar os vários níveis do processo de desenvolvimento do homem, Paulo VI colocava no vértice, depois de ter mencionado a fé, « a unidade na caridade de Cristo que nos chama a todos a participar como filhos na vida do Deus vivo, Pai de todos os homens »[53].

20. Abertas pela Populorum progressio, estas perspectivas permanecem fundamentais para dar amplitude e orientação ao nosso compromisso a favor do desenvolvimento dos povos. E a Populorum progressio sublinha repetidamente a urgência das reformas[54], pedindo para que, à vista dos grandes problemas da injustiça no desenvolvimento dos povos, se actue com coragem e sem demora. Esta urgência é ditada também pela caridade na verdade. É a caridade de Cristo que nos impele: « caritas Christi urget nos » (2 Cor 5, 14). A urgência não está inscrita só nas coisas, não deriva apenas do encalçar dos acontecimentos e dos problemas, mas também do que está em jogo: a realização de uma autêntica fraternidade. A relevância deste objectivo é tal que exige a nossa disponibilidade para o compreendermos profundamente e mobilizarmo-nos concretamente, com o « coração », a fim de fazer avançar os actuais processos económicos e sociais para metas plenamente humanas.


Retirado do site= http://www.vatican.va

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

01/11/1852- Pres. Adolfo Baudon


1o - MEMBROS DAS CONFERÊNCIAS

O Presidente não deve cuidar somente das obras da Conferência, precisa também preocupar-se com os confrades. Assim, se algum deles fica doente ou passa por qualquer provação, o Presidente está naturalmente indicado para, em nome da Conferência, cumprir junto dele os deveres impostos pelas circunstâncias. Se um confrade, a principio zeloso, assíduo, vai aos poucos se afastando da Conferência até deixá-la quase de todo, é ao Presidente que cabe a iniciativa de providência sobre o caso, examinando se o confrade não teria sido ofendido em sua suscetibilidade, se não teria havido algum mal entendido que pudesse ser desfeito. Se infelizmente o afastamento do confrade tem por causa diminuição de fé, abandono momentâneo da religião, é ainda o Presidente quem deve inquietar-se com isso e tomar, com prudência, mas com prontidão, as medidas mais convenientes para vencer o mal.

domingo, 4 de outubro de 2009

Fundadores da SSVP Jules Devaux (1811-1880)


Jules Devaux (1811-1880) Devaux era natural da região de Norte da França e moveu-se para Paris em 1830 para terminar seus estudos médicos. Encontrou-se com Ozanam e seus amigos quando fêz parte das conferências de história e estudos. Estava nas reuniões desde a fundação e de uma da sociedade daquelas no grupo que aproximou Bailly para o conselho. Foi o primeiro tesoureiro da conferência. Estabeleciu-se em Norte após ter terminado seus estudos médicos em 1839. Mais tarde abandonou a prática médica e viajou a Alemanha onde tentou estabelecer a primeira conferência mas esta tentativa teve fracasso. Devaux, um membro discreto mas eficiente da sociedade, teria falecido em Paris 1880.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Santa Terezinha


"Não quero ser Santa pela metade, escolho tudo".

Francesinha, que nasceu em Aliçon 1873, e morreu no ano de 1897. Santa Terezinha não só descobriu no coração da Igreja que sua vocação era o amor, mas sabia que o seu coração - e o de todos nós - foi feito para amar. Terezinha entrou com 15 anos no Mosteiro das Carmelitas, com a autorização do Papa e sua vida passou na humildade, simplicidade e confiança plena em Deus.

Todos os gestos e sacrifícios, do menor ao maior, oferecia a Deus, pela salvação das almas, e na intenção da Igreja. Santa Terezinha do Menino Jesus e da Sagrada Face esteve como criança para o pai, livre igual a um brinquedo aos cuidados do Menino Jesus, e tomada pelo Espírito de amor, que a ensinou a pequena via da infância espiritual.

O mais profundo desejo do coração de Terezinha era ter sido missionária "desde a criação do mundo, até a consumação dos séculos". Sua vida nos deixou como proposta, selada na autobiografia "História de uma alma", e como intercessora dos missionários sacerdotes e pecadores que não conheciam Jesus, continua ainda hoje, vivendo o Céu, fazendo o bem aos da terra.

Proclamada principal padroeira das missões em 1927, padroeira secundária da França em 1944, e Doutora da Igreja, que nos ensina o caminho da santidade pela humildade em 1997, na data do seu centenário. ela mesma testemunha que a primeira palavra que leu sozinha foi: " céus "; agora a última sua entrada nesta morada, pois exclamou : " meu Deus, eu vos amo...eu vos amo ".

Presidente sr. Gossin

As Conferências não fazem concorrência a outras obras de caridade.
Resta-nos ainda responder a uma objeção mais de uma vez formulada. Conferências nascentes acreditam, às vezes, que, se
empreenderem a visita ao pobre, farão concorrência a associações anteriormente constituídas para esse fim ou aos departamentos de beneficência. Puro engano. Quando contemplamos o pequeno benefício que conseguimos realizar, mesmo nas Conferências mais florescentes, e o comparamos com as esmolas distribuídas por mãos mais poderosas e ricas que as nossas, o único pensamento que pode entrar em nossas almas, sem com isso amargurá-las, é o de nossa inferioridade. A maior parte das Conferências adota algumas famílias, duas ou três, por confrade, no máximo, em circunscrição onde são numerosos os indigentes; que mesquinha, proporção! Ninguém, portanto, pode imaginar que se pretenda concorrer com as obras já estabelecidas; aos olhos de todos revela-se nosso propósito de alcançar as graças inerentes à visita ao pobre e de cumprir um dever de caridade. Haverá porventura o receio de que nossas esmolas caibam a quem já é socorrido por outras instituições. Não; sua insignificância dispensa o cuidado da acumulação de nossos vales com socorros, mais abundantes, vindos ou esperados de outrem. Nosso concurso será sempre pequeno e despercebido: saibamos aumentar-lhe o mérito com a perfeição em realizá-lo.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Arcanjos São Miguel, São Gabriel e São Rafael


Hoje celebramos a festa dos três Arcanjos São Miguel, São Gabriel, São Rafael. Da existência destes anjos fala explicitamente a Sagrada Escritura, que lhes dá nome e lhes determina a função. "Miguel" que significa: "Quem como Deus" é o defensor do Povo de Deus no tempo da angústia. São Miguel, o antigo padroeiro da Sinagoga, é agora o padroeiro da Igreja universal; "Gabriel " - que significa "Deus é forte" ou "aquele que está na presença de Deus", São Gabriel é o anjo da encarnação e talvez o da agonia do jardim das oliveiras. É ele que anuncia o nascimento de João Batista e de Jesus. " Rafael " - que quer dizer " medicina de Deus " ou "Deus cura" - São Rafael é o guia dos viajantes. Foi companheiro de viagem de Tobias. É aquele que cura, que expulsa os demônios. São Rafael é o companheiro de viagem do homem, seu guia e seu protetor nas adversidades.
São Miguel em particular, foi cultuado desde os primeiros séculos de história do cristianismo. O imperador Constantino erigiu-lhe um santuário nas margens do Bósforo, em terra européia, enquanto Justiniano construiu-lhe um no lado oposto. A data de 29 de setembro corresponde à da consagração da Igreja dedicada no século V a São Miguel, a seis milhas da via Salária. A festividade é muito difundida no Ocidente e no Oriente. Nas proximidades desta Igreja, a 8 de maio de 663, os longobardos obtiveram vitória, atribuída a uma aparição do anjo. deu origem a segunda festa, transferida depois para 29 de setembro.
ão Gabriel, "aquele que esta diante de Deus" (é seu "cartão de visita", quando vai anunciar a Maria a sua escolha para Mãe do Redentor), é o anunciador por excelência das revelações divinas. É ele que explica ao profeta Daniel como se dará a plena restauração, da volta do exílio ao advento do Messias. A ele é confiado o encargo de anunciar o nascimento do Precursor; João, filho de Zacarias e de Isabel. A missão mais alta que nunca foi confiada à criatura alguma é ainda sua: anunciar a Encarnação do Filho de Deus.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

São Wenceslau


O bondoso monarca da Boêmia, Wratislau, antes de morrer, deixou, como herdeiro do trono, seu filho Wenceslau, nascido no ano 907, na atual República Checa. Com isso, despertou em sua mulher, Draomira, a ira e a vingança, pois era ela própria que desejava assumir o governo do país. Se não fosse possível, pretendia entregá-lo a seu outro filho, Boleslau, que tinha herdado o caráter e a falta de escrúpulos da mãe, enquanto Wenceslau fora criado pela avó, Ludmila, que lhe ensinou os princípios de bondade cristã. Por isso, não passava por sua cabeça uma oposição fatal dentro do próprio lar. Assim, acabou assassinado pelo irmão, de acordo com um plano diabólico da malvada rainha.
Mas antes que isso acontecesse, a mãe tomou à força o poder e começou uma grande e desumana perseguição aos cristãos. Assim, por sua maldade e impopularidade junto ao povo, foi deposta pelos representantes das províncias, que fizeram prevalecer a vontade do rei Wratislau, elevando ao trono seu filho Wenceslau. Imediatamente, seguindo o conselho da avó, Wenceslau levou de volta ao reino o cristianismo. Quando soube disso, Draomira ficou tão transtornada que contratou alguns assassinos para dar fim à vida da velha e bondosa senhora, que morreu enquanto rezava, estrangulada com o próprio véu.
Draomira sabia que ainda havia mais uma pedra em seu caminho impedindo seus planos maldosos e sua perseguição ao povo cristão. Wenceslau era um obstáculo difícil, pois, em muito pouco tempo, já tinha conquistado a confiança, a graça e a simpatia do povo, que via nele um verdadeiro líder, um exemplo a ser seguido. Dedicava-se aos mais pobres, encarcerados, doentes, viúvas e órfãos, aos quais fazia questão de ajudar e levar palavras de fé, carinho e consolo.
A popularidade de Wenceslau cresceu ainda mais quando, para evitar uma batalha com o duque Radislau, que se opunha ao seu governo cristão, propôs que, em vez de entrarem em guerra, duelassem entre si, evitando, assim, a morte da população inocente.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

São Cléofas ou Alfeu




Seu nome, Cléofas, no hebraico antigo, pode ser também Alfeu. A partir daí, temos as informações dos historiadores que pesquisaram as origens dos santos. Segundo eles, a vida de são Cléofas esteve sempre muito ligada à de Jesus Cristo. Primeiro, porque se interpreta que Cléofas seja o pai de Tiago, o Menor; de José; de Simão e de Judas Tadeu, que são primos do Senhor. Maria, mãe de todos eles, no evangelho do apóstolo João, é chamada de esposa de Cléofas e irmã da Mãe Santíssima. E que também fosse irmão de são José, pai adotivo de Jesus. Sendo assim, confirma-se o parentesco. Cléofas, na verdade, era tio de Jesus Cristo.
A segunda graça conseguida por Cléofas, além do parentesco com Jesus, foi ter visto o Cristo ressuscitado. Quando voltava para Emaús, depois das celebrações pascais, na companhia de mais dois discípulos, encontraram, na estrada, um homem, a quem ofereceram hospitalidade. Cléofas e os discípulos estavam frustrados, assim como os outros apóstolos, naquela hora de provação: "Nós esperávamos que fosse ele quem iria redimir Israel, mas..."

Foi então que o desconhecido fez penetrar a luz da Boa-Nova, explicando-lhes as Escrituras e aceitando o convite para ficar, pois a noite estava por cair. Só no momento em que o estranho homem repartiu o pão que os alimentaria perceberam que se tratava de Jesus ressuscitado, pois o gesto foi idêntico ao da última ceia.

Cléofas foi perseguido por seus conterrâneos por causa de sua fé inabalável no Messias ressuscitado. Segundo são Jerônimo, o grande doutor da Igreja, o martírio de são Cléofas aconteceu pelas mãos dos judeus, que o detestavam por sua inconveniente pregação cristã.
Já no século IV, a casa de são Cléofas tinha sido transformada em uma igreja. A Igreja confirmou seu martírio pela fé no Cristo e inseriu no calendário litúrgico o seu nome, no dia 25 de setembro, para ser celebrado por todo o mundo cristão.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

São Geraldo


Gerardo Sagredo, filho de pais ilustres e piedosos, nasceu no ano 980, em Veneza, Itália. Sagrado sacerdote beneditino, foi como missionário para a Corte da Hungria, onde, depois de ser orientador espiritual e professor do rei Estêvão I, uniu-se ao monarca, também santo da Igreja, para converter seu povo ao cristianismo. Decisão que o santo monarca tomou ao retornar do Oriente, onde, em peregrinação, visitara os lugares santos da Palestina. O rei, então, pediu a Gerardo que o ajudasse na missão evangelizadora, porque percebera que Gerardo possuía os dotes e as virtudes necessárias para a missão, ao tê-lo como seu hóspede na Corte.
Educado numa escola beneditina, Gerardo recebeu não só instrução científica como também a formação religiosa: entregou-se de corpo, alma e coração às ciências das leis de Deus e à salvação de almas. Aliás, só por isso aceitou a proposta do santo monarca. Retirando-se com alguns companheiros para um local de total solidão, buscou a inspiração entregando-se, exclusivamente, à pratica da oração, da penitência e dos exercícios espirituais. Mas assim que julgou terminado o retiro, e sentindo-se pronto, dedicou-se com total energia ao serviço apostólico junto ao povo húngaro.

Falecendo o bispo de Chonad, o rei Estêvão I, imediatamente, recomendou Gerardo para seu lugar. Mesmo contra a vontade, Gerardo foi consagrado e assumiu o bispado, conseguindo acabar, de uma vez por todas, com a idolatria aos deuses pagãos, consolidando a fé nos ensinamentos de Cristo entre os fiéis e convertendo os demais.

Uma das virtudes mais destacadas do bispo Gerardo era a caridade com os doentes, principalmente os pobres. Conta a antiga tradição húngara que ele convidava os doentes leprosos para fazerem as refeições em sua casa, acolhendo-os com carinhoso e dedicado tratamento. Até mesmo, quando necessário, eram alojados em sua própria cama, enquanto ele dormia no duro chão.

Quando o rei Estêvão I morreu, começaram as perseguições de seus sucessores, que queriam restabelecer o regime pagão

Inácio de Santhiá



Lourenço Maurício nasceu no dia 05 de junho de 1686, em Santhiá, província de Vercelli, Itália. Era o quarto de seis filhos, da rica família dos Belvisotti, cristã, bem posicionada e muito conceituada socialmente. Aos sete anos ficou órfão de pai, mas a sua mãe cuidou para que os filhos recebessem uma excelente instrução através de um sacerdote piedoso. Assim, além de uma formação literária invejável, ele cresceu na oração e amadureceu a sua vocação sacerdotal.

Completou os estudos teológicos em Vercelli, no ano de 1710. Depois de seis anos de frutuoso ministério sacerdotal, entrou na ordem dos Frades Capuchinhos, emitindo os votos religiosos em 1717 e tomando o nome de frei Inácio. Desde então foi enviado para vários Conventos, sempre obediente e honrado por poder servir os irmãos da Ordem com a sua humilde pessoa.

Inácio de Santhiá foi enviado para Turim-Monte, em 1727 para ser: prefeito de sacristia e confessor dos padres seculares e dos fiéis paroquianos, tarefa que desempenhou também nos últimos vinte e quatro anos de vida. Neste ministério demonstrou toda sua caridade paterna, sabedoria e ciência, adquiridas nos livros e através das orações contemplativas. Dedicava os seus dias inteiramente ao serviço do confessionário. Com isto, a sua fama de bom conselheiro espiritual se difundiu rapidamente, trazendo para a paróquia uma grande quantidade de religiosos, sacerdotes e fiéis desejosos de uma verdadeira orientação no caminho da santidade. A todos recebia com a maior caridade, porque os pecadores eram os filhos mais doentes e, necessitados de acolhida e compreensão. Passou a ser chamado de: "padre dos pecadores e dos desesperados".

Mas em 1731 o seu bom conceito de guia experiente e sábio, o levou à ocupar os cargos de mestre dos noviços e vigário do convento de Mondoví. Alí também a sua fama de santidade se espalhou entre a população, entusiasmando especialmente os jovens. Durante catorze anos Inácio ficou na direção do noviciado de Mondovì. Sua única intenção ERA FORMAR JOVENS

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Dia do ordenado de São Vicente de Paulo


Em 23 DE SETEMBRO 1600, ordenou-se sacerdote. de sua origem, contudo, com a orientação de directores espirituais, sentiu em si a urgência de buscar com empenho uma santidade mais profunda. Foi então levado pela Divina Providência, através dos acontecimentos de sua vida, a assumir o firme propósito de se dedicar à salvação dos pobres.
Percebeu a grave urgência da evangelização dos pobres, quando exercia seu ministério em Gannes e, a 25 de Janeiro de 1617, em Folleville. Aqui se situa, conforme seu próprio testemunho, a origem tanto da sua vocação como da missão.
Finalmente, em Agosto do mesmo ano, ao instituir, em Châtillon-les-Dombes, as "Caridades" para socorro dos enfermos carentes de todo cuidado, verificou e manifestou a íntima conexão existente entre a evangelização e o serviço dos pobres.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

"Dia dos Vicentinos"

Há dois anos, para a alegria de todos os membros da Sociedade de São Vicente de Paulo no Brasil, o Congresso Nacional aprovou a lei que intituiu o Dia Nacional do Vicentino, o 27 de Setembro, que corresponde à data de falecimento de São Vicente de Paulo. O documento legal tem o seguinte texto:

Lei nº11.536 de 30.10.2007- Dou 31.10.07
O presidente da câmara dos deputados, no exercício do cargo de Presidente da República
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art.1º fica instituído o dia 27 de setembro de cada ano como o Dia Nacional dos Vicentinos.
Art.2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasilia, 30 de outubro de 2007; 186.º da Independência e 119.º da República

Arlindo Chinaglia Júnior
João Luiz Silva Ferreira

Autoria do Dep. Federal Salvador Zimbaldi (PSB-SP)

domingo, 20 de setembro de 2009

Antônio Frederico Ozanam



Nascido na Itália, em 23 de abril de 1813, Antonio Frederico Ozanam viveu na França. Muito de sua vida de caridade e serviço aos pobres se deve particularmente ao pai, João Antonio um exemplo de caridade cristã. Este era médico oficial do exército napoleônico e cuidava gratuitamente de pessoas humildes que não tinham como pagar pelos cuidados médicos.

Junto de outros jovens cristãos, com o mesmo objetivo, fundou a Sociedade de São Vicente de Paulo, em 1833, uma instituição católica, mas de leigos, direcionada para dar abrigo e assistência aos pobres e aos excluídos.

Em 1997, o Papa João Paulo II, durante a solenidade de sua beatificação, na Catedral de Notre Dame, em Paris disse: "Frederico Ozanam é verdadeiramente um santo laico do nosso tempo". Sua festa litúrgica ocorre no dia 08 de Setembro, de sua morte.

Na semana do dia 08/09 os vicentinos do mundo inteiro fazem essa recordação e nós vicentinos vinculados ao Conselho Metropolitano de Goiânia, iríamos faze-la na Assembléia Vicentina da Cidade de Goiás nesta data, porém cancelaram a mencionada Assembléia com medo da Nova Gripe. Foi recordando essa data que no último sábado 19/09/09 fizemos com a missa na nossa paróquia a intenção de devoção à São Vicente de Paulo.É um gesto simples que realizamos com gosto.